O Real Digital –CBDC que será emitido pelo Banco Central do Brasil– tem o potencial de ser uma “arma totalitária” do governo contra os cidadãos, destacou o economista Fernando Ulrich em seu Twitter.
Real Digital e o congelamento de saques
Conforme relatado por matéria publicada no portal Valor Econômico, o Real Digital contará com mecanismo que permitirá o congelamento de saques e uma espécie de “circuit breaker”, termo do mercado acionário que se refere a pausa involuntária das negociações.
O mecanismo, que aumenta o poder sobre o controle de capital do Banco Central, chamou a atenção do economista Fernando Ulrich, que afirmou que a diretriz tem potencial de se tornar em um “arma totalitária”, e pediu maior debate e transparência para a construção do Real Digital.
É um absurdo um projeto com potencial de ser usado como arma totalitária contra o cidadão avance dessa forma como se fosse meramente uma nova funcionalidade tecnológica.
O mínimo que o Bacen deveria fazer era disponibilizar a íntegra do código fonte para auditoria da sociedade. https://t.co/px6JJilPOy
— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) June 3, 2022
Ulrich continuou:
“Esse projeto precisa de AMPLO debate e transparência para que os pagadores de impostos tenham plena compreensão do que significa.”
O “Guardião da Moeda”
Citando os objetivos fundamentais do Banco Central, que são a proteção do poder de compra da moeda e a estabilidade macroeconômica, o economista comentou:
“O guardião da moeda a abandona sem dó nem pudor.”
Os incentivos desalinhados dos Bancos Centrais e emissores de moedas ao redor do mundo foram os responsáveis por centenas de colapsos monetários ao longo da história, algo que parece estar acontecendo em ritmo acelerado em boa parte do mundo.
Como destaca matéria do Livecoins, a base monetária do real brasileiro cresceu quase 50% somente em 2020.
A instituição com o poder de emissão monetária possui claros incentivos para criar mais dinheiro, desvalorizando a moeda da população, ganho que é conhecido como senhoriagem, ou imposto inflacionário.
Por ter oferta inelástica limitada a 21 milhões de unidades, o Bitcoin é imune a senhoriagem, controles de capital e expropriações, sendo uma alternativa que pode tornar Bancos Centrais e autoridades em política monetárias obsoletas, como destacou o deputado estadual Fábio Ostermann.