O Google apresentou recentemente o Willow, um processador quântico com 105 qubits. Notavelmente, este chip foi capaz de fazer em 5 minutos um cálculo que demoraria mais do que o tempo de existência do universo para ser resolvido através da computação clássica.
Mas afinal, este chip quântico é uma ameaça para a rede Bitcoin? A resposta rápida para esta pergunta é não. Pelo menos não por enquanto, visto que 105 qubits são insuficientes para ameaçar a criptografia de curvas elípticas da principal criptomoeda.
A ameaça quântica
É um fato público que a computação quântica é uma ameaça para a criptografia clássica, cujos sistemas computacionais dependem amplamente. Os computadores quânticos são capazes de executar cálculos complexos com grande facilidade, potencialmente quebrando a criptografia de diversos sistemas.
Particularmente, a criptografía de curvas elípticas do BTC é baseado em um cálculo de multiplicação escalar, onde chaves públicas P são derivadas de uma chave privada k, onde:
P = kG, dada a função y^2=x^3+7;
A assimetria ocorre pelo fato de ser possível encontrar P com facilidade, dado kG, mas não ser possível encontrar k, dado P e G para valores grandes. Quem resolver este dilema da criptografia assimétrica pode potencialmente transformar chaves públicas em chaves privadas.
A computação quântica pode potencialmente quebrar a criptografia de chaves públicas e privadas do Bitcoin. No entanto, seria necessário um computador com milhões de qubits, algo que está longe de ocorrer, com base na tecnologia atual.
No entanto, algumas estimativas apontam que a computação quântica deverá ameaçar a rede Bitcoin e outros sistemas em cerca de uma década. Até lá, o protocolo deverá ser atualizado para uma criptografia pós-quântica.