330 mil refugiados utilizaram bitcoin para fugir, aponta estudo

Um estudo divulgado nesta semana pelo Digital Assets Research Institute (DARI) revelou que ao menos 329 mil refugiados já utilizaram Bitcoin para fugir de regiões de risco, preservando e transportando seus recursos financeiros.
Atualmente, existem mais de 117 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas no mundo. Segundo o relatório, o uso do Bitcoin entre refugiados deve crescer significativamente nos próximos anos, podendo alcançar cerca de 7,5 milhões de pessoas até 2035.
“Refugiados que carregam Bitcoin conseguem reconstruir suas vidas de forma mais rápida, o que reduz a pressão sobre os países que os recebem e sobre organizações humanitárias”, afirmaram os autores do estudo.
A pesquisa cita como exemplo o caso de ‘Fadey’, um ucraniano que conseguiu levar aproximadamente R$ 10 mil em Bitcoin, valor que correspondia a 40% de suas economias, ao fugir para a Polônia com sua namorada. Durante o conflito russo-ucraniano, caixas eletrônicos chegaram a limitar saques a US$ 33 por hora, gerando longas filas e dificultando o acesso ao dinheiro. Nessas situações, o Bitcoin apareceu como alternativa viável para mobilidade financeira.
Embora atualmente o Bitcoin seja frequentemente associado a fundos de investimento negociados em bolsa (ETFs) e grandes empresas de Wall Street, sua origem como ferramenta financeira global permanece relevante, principalmente em cenários de crise.
De acordo com o DARI, o estudo apresenta a primeira evidência quantitativa de que o Bitcoin está sendo usado como uma “moeda de fuga” em larga escala, não apenas como teoria. A criptomoeda permitiu que milhares de pessoas preservassem, transportassem e utilizassem seus recursos durante rotas de fuga, convertendo-os em moedas locais para pagar por viagens e necessidades básicas.
Os pesquisadores apontam que, apesar de stablecoins também poderem cumprir esse papel, ainda não há registros consistentes de uso dessas moedas em situações de fuga. O Bitcoin, por sua liquidez e descentralização, acaba sendo a principal ferramenta financeira para quem foge de regimes autoritários ou de economias em colapso.
Por fim, o estudo destaca que o acesso ao Bitcoin pode ser feito apenas por meio de 12 palavras-chave, permitindo que pessoas memorizem ou guardem esses dados em um pequeno papel, garantindo suas economias durante a travessia. Para gastos no dia a dia, basta um celular com internet, recurso disponível mesmo em países em crise.