O governo da Argentina publicou um novo decreto impedindo a compra de dólares americanos para investidores de bitcoin e criptoativos.
Conforme relatado, quem houver realizado a compra do criptoativo nos últimos 90 dias está impedido de acessar Mercado Único de Câmbio Livre (MULC) e comprar a moeda dos Estados Unidos na taxa de câmbio oficial.
A medida tem como objetivo impedir a fuga de capital do país, que acelerou nos últimos anos devido à crescente inflação, que ultrapassa os 60%.
O controle cambial está sendo utilizando para impedir que o peso argentino perca ainda mais valor frente a outros moedas.
Efeito contrário
Não foi informado sobre a proibição da compra de stablecoins, como o USDT da Tether ou o USDC da Circle. Por tanto, os investidores de bitcoin que quiserem se expor ao dólar no país, provavelmente poderão fazê-lo por meio de criptoativos.
A decisão do governo argentino pode e deve provocar o efeito contrário desejado. Quanto maiores os controles de capitais e restrições, maiores são os incentivos dos indivíduos e empresas em deixar o mercado financeiro e econômico da região.
A decisão pode fazer parte do acordo do país feito com o FMI. Em um empréstimo de US$ 45 bilhões feito ao governo, a instituição exigiu que o país promovesse medidas para desincentivar o uso de criptoativos.
Provavelmente, o FMI está se sentindo ameaçado ou preocupado com a crescente adoção do Bitcoin nos países da América-Latina, em especial com a decisão de El Salvador de tornar o criptoativo moeda legal.