Economia

Você trabalha até o meio de setembro para pagar impostos

Muitos já devem ter ouvido falar na estimativa de que o brasileiro trabalha em torno de 5 a 6 meses do ano apenas para pagar impostos. Apesar de já ser um absurdo, este valor é na verdade muito maior, visto que não está incluso neste cálculo o imposto inflacionário e o aumento do preço do juros causado pelo endividamento do estado.

Sim, você gasta mais tempo trabalhando para sustentar os gastos do estado do que para seu próprio benefício e de sua família e amigos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro trabalhou em média até o dia 29 de maio para pagar a soma dos seus tributos federais, estaduais e municipais. 

Apesar de ser uma boa estimativa, este cálculo não leva em consideração o imposto mais silencioso e difícil de ser percebido pelo cidadão médio, o imposto inflacionário, proveniente da criação de dinheiro novo.

O conceito original de inflação significa o aumento da base monetária, isto é, quanto dinheiro proporcionalmente foi criado em relação ao valor já existente. Por exemplo, em um país onde existe uma base monetária de 50 bilhões e são criados mais 50 bilhões, houve aí um imposto inflacionário de 50%.

Contudo, com o passar do tempo, a definição de inflação foi sendo alterada para simplesmente o aumento de preços. Apesar de haver uma clara relação entre a impressão de dinheiro e o aumento do preço de bens e serviços, outros fatores, como a velocidade do dinheiro, o acúmulo de bolhas no mercado financeiro e aumento da produtividade afetam esta métrica.

“Mas os preços não subiram 50%”, pode afirmar o economista médio da Unicamp. Isso ocorre pois o estado natural de uma economia com moeda forte é a deflação, produtos se tornando mais baratos conforme a sociedade se torna mais produtiva e rica.

Além disso, o aumento dos preços provenientes da impressão demora algum tempo, talvez até anos, visto o período até que este dinheiro novo se alastre na economia real, aumentando a demanda pelos bens e serviços.

Na prática, o imposto inflacionário é pago aos primeiros recebedores, normalmente funcionários do estado e empresas que prestam serviços para os governos.

Inflação em 2020

De acordo com o Banco Central, a base monetária brasileira aumentou 46,3% somente no ano de 2020. Isso significa que veremos em média todos os produtos, bens, serviços e ativos financeiros cerca de 50% mais caros apenas por conta do imposto inflacionário de 2020. Mas você já deve ter percebido isso ao entrar no supermercado. A má notícia é que isso vai piorar.

Além disso, deve-se levar em consideração também o aumento da dívida pública, que foi de quase R$ 743 bilhões somente no ano passado. Este endividamento em bola de neve será pago no futuro através de mais impostos ou com a impressão de mais dinheiro.

Plano B

Sempre vão existir no máximo 21 milhões de bitcoins. A impossibilidade da criação de novas moedas a partir do nada torna o cripto-ativo a solução ideal para se livrar do imposto inflacionário e da cobrança abusiva e indevida de impostos.

O Bitcoin alcança agora a marca de 1 trilhão de dólares em capitalização de mercado, cerca de 5% do tamanho do dólar americano. Estaria pronto o cripto-ativo para se tornar a nova moeda de reserva mundial?

João Souza

Chefe de conteúdo, analista de SEO e empreendedor. [email protected]

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