Corretora de criptomoedas sofre ataque hacker e milhões são levados

A corretora de criptomoedas BigONE, registrada no Panamá, sofreu um ataque hacker significativo na terça-feira, dia 15 de julho. Segundo as investigações iniciais, diversas criptomoedas foram roubadas, incluindo Bitcoin, Ethereum, USDT, Solana, Dogecoin, Shiba Inu, entre outras moedas de menor porte.
Embora a empresa destaque que sua atuação se estenda por países como Rússia, Brasil, Vietnã, Cingapura, Japão e Indonésia, dados indicam que ela não trabalha com o real brasileiro (BRL) nem com outras moedas fiduciárias dos países mencionados, operando exclusivamente com ativos digitais.
Após o incidente, a BigONE decidiu suspender temporariamente os saques para conter possíveis prejuízos maiores, mas garantiu que irá cobrir integralmente as perdas dos usuários afetados. A corretora informou que o impacto financeiro inicial corresponde a cerca de 27 milhões de dólares, aproximadamente 150 milhões de reais.
O roubo envolveu 120 bitcoins, 350 ethers, mais de 8 milhões de USDT distribuídos em quatro diferentes redes blockchain, 1.800 tokens Solana, cerca de 538 mil Dogecoin, 25 mil Uniswap (UNI), 15,7 milhões de CELR, quase 10 milhões de Shiba Inu, além de outras criptomoedas menos conhecidas.
Para proteger os ativos dos clientes, a BigONE ativou suas reservas internas, compostas por bitcoins, ethers, USDT, Solana e o token Mixin (XIN), com o objetivo de reabastecer imediatamente as carteiras afetadas. Para os demais tokens, a corretora informou estar buscando liquidez externa, incluindo empréstimos em outras plataformas, para restaurar a normalidade o quanto antes.
A criptomoeda Mixin (XIN) sofreu forte desvalorização de quase 73% nas 24 horas seguintes ao ataque, reflexo da dependência significativa da BigONE para sua negociação, já que a maior parte do volume de XIN ocorre apenas nessa plataforma.
A BigONE confirmou que a falha de segurança foi identificada e corrigida, mas reforçou que depósitos, negociações e saques permanecem temporariamente suspensos para garantir a segurança dos fundos. As operações de depósito e negociação devem ser retomadas em poucas horas, enquanto a liberação dos saques dependerá da implementação de medidas adicionais de proteção.
Além disso, a corretora está colaborando com a empresa de segurança cibernética SlowMist para investigar a origem do ataque e tentar identificar os responsáveis.
Outro impacto percebido no mercado foi a queda do BigONE Token (ONE), o token nativo da plataforma, que teve seu valor reduzido em torno de 10%. Como o ONE é negociado quase exclusivamente na própria corretora, a paralisação das operações afetou seu preço, que pode não refletir seu real valor de mercado no momento.
Este episódio ressalta a importância da segurança e da transparência em plataformas de criptomoedas, principalmente diante do crescimento constante do mercado. Investidores são aconselhados a acompanhar comunicados oficiais e manter cautela diante de notícias que podem gerar pânico ou desinformação.