Bitcoin era negociado livremente em Bangu 8, afirma Pastor Tupirani

O pastor Tupirani da Hora Lores, fundador da Igreja Evangélica Geração Jesus Cristo, afirmou que o Bitcoin era negociado livremente dentro do presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro. Segundo ele, detentos tinham acesso a celulares e realizavam transações com a criptomoeda de forma aberta, mesmo estando presos.
Em relato, Tupirani disse ter presenciado internos utilizando smartphones para negociar Bitcoin sem grandes restrições.
“Lá dentro de Bangu 8, as pessoas ficam com celular negociando Bitcoin. Quando fui ver, perguntei: ‘qual o motivo da sua prisão?’. ‘Bitcoin, pastor. Fui preso por causa de Bitcoin’. Aí eu questionei: ‘e está aí negociando Bitcoin?’. Ele respondeu: ‘estou negociando. Se quiser, aplico o dinheiro para o senhor aqui agora’”, afirmou.
O pastor também relatou que detentos davam verdadeiras “aulas” sobre esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo ele, os presos explicavam como realizavam transferências internacionais para dificultar o rastreamento:
“Vou transferir meu dinheiro para a Inglaterra. Depois, da Inglaterra, mando para a Rússia. O banco tem que ser na Rússia, porque lá é irrastreável. Depois, transfiro para onde eu quiser”, disse, relatando que tudo era mostrado livremente pelo celular.
Ainda de acordo com Tupirani, o acesso a aparelhos eletrônicos dentro da unidade prisional era rápido. Ele afirmou que seria possível conseguir um celular em apenas um dia, com valores elevados: um aparelho da Samsung custaria cerca de R$ 4 mil, enquanto um iPhone chegaria a R$ 7 mil.
Quem é o pastor Tupirani?
Tupirani da Hora Lores é um pastor evangélico conhecido nacionalmente por suas posições polêmicas e histórico de embates judiciais. Ele ganhou notoriedade por discursos considerados ofensivos contra outras religiões e grupos sociais, tendo sido o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa.
Em 2022, foi preso pela Polícia Federal e posteriormente condenado pela Justiça Federal por crimes relacionados a discurso de ódio, cumprindo pena antes de voltar a se manifestar publicamente.







