CEO da BlackRock vê tokenização como pilar do futuro financeiro

O presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink, afirmou que a tokenização de ativos deve redefinir o mercado financeiro nas próximas décadas. Em entrevista ao programa Squawk on the Street, da CNBC, ele destacou que a iniciativa representa uma grande oportunidade para a gestora atrair uma nova geração de investidores.
“Se pudermos tokenizar um ETF e digitalizá-lo, poderemos incluir pessoas que estão começando a investir, talvez por meio de cripto, e conectá-las a produtos de longo prazo, como fundos de aposentadoria”, afirmou.
Fink descreveu o processo como uma mudança estrutural semelhante à digitalização dos mercados nas últimas décadas.
“Vemos isso como a próxima onda de oportunidades para a BlackRock, à medida que deixamos para trás o modelo tradicional de ativos financeiros e migramos para versões digitais que mantêm os investidores dentro desse ecossistema”.
A companhia, que atualmente administra cerca de US$ 13,5 trilhões, possui também US$ 104 bilhões em ativos ligados ao setor cripto.
O executivo ponderou, no entanto, que o movimento ainda está em uma fase inicial.
“Estamos apenas começando a tokenização de todos os ativos, de imóveis a ações e títulos, em praticamente todos os setores”
De acordo com levantamento da Mordor Intelligence, o mercado global de ativos tokenizados já ultrapassa os US$ 2 trilhões e pode alcançar US$ 13 trilhões até 2030, impulsionado por instituições financeiras que buscam eficiência e transparência.
A BlackRock tem se posicionado como uma das protagonistas desse processo. O fundo BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund (BUIDL), criado em 2024, já é considerado o maior fundo tokenizado de mercado monetário do mundo, com valor superior a US$ 2,8 bilhões. Segundo Fink, diferentes equipes dentro da gestora estão explorando novas aplicações da tecnologia blockchain para produtos financeiros tradicionais.