Como funciona o Bitcoin (BTC)? – Mineração e consenso distribuído #3

Antes da criação do Bitcoin (BTC), outras tentativas para desenvolver um dinheiro nativo da internet surgiram no mercado. Todas elas necessitavam de algum nível de centralização, o que não representava uma grande evolução dos sistemas financeiros atuais, e ainda abria margem para pontos de falha e problemas regulatórios.

O projeto que mais se aproximou de resolver este problema antes do Bitcoin foi o RPOW, criado pelo programador Hal Finney, a primeira pessoa a receber uma transação de Bitcoin do próprio Satoshi. No entanto, o projeto de Finney era apenas um protótipo, uma prova de conceito.

O grande ponto do sistema de Satoshi foi resolver o problema do gasto duplo de maneira completamente descentralizada. O sistema financeiro atual impede que um mesmo dinheiro seja gasto duas vezes através de intermediários centralizados, como bancos centrais e instituições financeiras.

Para um dinheiro da internet funcionar de forma completamente confiável, seria necessário que não houvesse intermediário que pudesse fraudar o sistema. Satoshi Nakamoto resolveu este problema através da mineração, que será o tema explicado neste artigo.

Este é o terceiro texto da série “Como funciona o Bitcoin (BTC)?”. Nos acompanhe para compreender mais sobre as bases da maior rede monetária descentralizada do mundo.

Mineração de Bitcoin (BTC)

Mineradora de Bitcoin (BTC)

A mineração de Bitcoin (BTC) é um dos aspectos mais fundamentais da rede, e é responsável direta pela adição de novas transações, por manter o consenso sobre o estado final das transações, bem como por alinhar os incentivos econômicos do protocolo.

Qualquer pessoa pode se tornar um minerador, basta direcionar poder computacional, e consequentemente eletricidade, para a rede por meio das dezenas de implementações de soluções para a atividade.

Leia mais: Aprenda a minerar Bitcoin (BTC) em 5 minutos na Nicehash (em breve)

Esse poder computacional é direcionado para encontrar a resolução do bloco contendo as transações adicionais pelo minerador anterior, processo que é feito através de tentativa e erro.

Quanto mais poder computacional é direcionado para a rede, maior é a dificuldade de mineração, que é auto-ajustada a cada 2016 blocos, aproximadamente 2 semanas. Mais poder computacional é sinônimo de mais segurança para o protocolo, visto que mais mineradores estão ajudando a proteger a rede tornando mais difícil um eventual ataque de 51%.

Normalmente, mineradores trabalham em conjunto, no que é conhecido como pool de mineração, para resolver o bloco, visto que esta é uma atividade muito difícil para ser realizada individualmente e que a probabilidade de algum minerador encontrar o bloco é proporcional a sua capacidade de computação.

Ao encontrar um bloco contendo as transações do minerador anterior, quem encontrou o bloco informa isto para toda a rede, adiciona um novo bloco de transações para ser encontrado, e, caso tudo esteja em conformidade com as regras do protocolo, os demais mineradores seguirão trabalhando no bloco subsequente.

Esta cadeia de blocos criptografados chamamos de blockchain, que trata-se de um banco de dados distribuído globalmente, mantido e atualizado através de uma rede de nós validadores e mineradores.

A dificuldade de mineração é ajustada para que cada bloco, em média, seja minerado a cada 10 minutos. Cada bloco é limitado propositalmente a um tamanho de 1 MB.

Incentivos da mineração

Bitcoin (BTC)

Um minerador que encontra um bloco de transações, recebe duas recompensas por seu esforço. A primeira são os bitcoins gerados pela rede, que atualmente são de 6,25 btc / bloco, além das taxas de transação pagas pelos usuários.

Leia mais: Entenda como funciona a emissão programada de bitcoins (em breve)

Como designado pelo Consenso Nakamoto, a cadeia de blocos válida é a cadeia correta mais longa, ou aquela com maior prova de trabalho acumulada. Isto é, a blockchain que mais mineradores estejam trabalhando historicamente e direcionando seus recursos energéticos e computacionais.

Dados os incentivos da rede, os mineradores honestos recebem as suas recompensas, e aqueles que desejam atrapalhar a rede, gastam recursos computacionais e energéticos para nada. Dessa forma, a rede incentiva os comportamentos cooperativos através da Teoria dos Jogos.

Leia mais: O que é a Teoria dos Jogos, e como se aplica ao Bitcoin (BTC)?

Atualmente, a mineração de Bitcoin se tornou uma verdadeira indústria, com dezenas de grandes empresas focadas na atividade, que está atraindo cada vez mais capital e recursos, que são direcionados para proteger a maior rede monetária descentralizada do mundo.

Estima-se que o consumo de eletricidade atual da rede Bitcoin é superior a toda energia elétrica produzida na Argentina. Boa parte desses recursos são provenientes de fontes de energia que seriam efetivamente jogadas fora, ou desperdiçadas devido a questões inerentes desse setor.

Uma boa parte da energia produzida no mundo é literalmente jogada fora. Além disso, muitos recursos energéticos estão simplesmente longe demais de serem aplicados a qualquer atividade produtiva. A mineração de Bitcoin altera este cenário, uma vez que permite que todo este potencial energético seja utilizado na proteção da rede.

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