Como funciona o Bitcoin (BTC)? – Teoria dos jogos e incentivos #03

Satoshi Nakamoto, o anônimo criador do Bitcoin (BTC), certamente era (ou ainda é) um criptógrafo e cientista muito acima da média. A sua criação uniu uma série de campos do conhecimento humano em torno de uma rede monetária nativa da internet que resolveu o problema do gasto duplo de maneira completamente descentralizada.

Um desses campos que é de extrema importância para o Bitcoin é a Teoria dos Jogos, um ramo da matemática aplicada que analisa o comportamento humano com base em regras estabelecidas e em incentivos.

A Teoria jogos é aplicada em uma série de situações, que incluem modelagem de cenários da ciência econômica, filosofia, ética, ciências militares e afins. Uma aplicação notável para a Teoria dos Jogos foi sua utilização para definir estratégias nucleares.

Teoria dos jogos no Bitcoin (BTC)

Certamente, Satoshi Nakamoto compreendia profundamente os conceitos da Teoria dos Jogos, visto que elaborou o Bitcoin de forma a punir severamente aqueles que estão de alguma forma tentado atrapalhar ou fraudar a rede. 

No sentido oposto, o protocolo incentiva comportamentos cooperativos e recompensa aqueles dispostos a ajudar a rede a funcionar da maneira correta.

Esse é um dos motivos de muitos especularem que o matemático John Nash, Nobel em Ciências Econômicas e pai da Teoria dos Jogos, seja o criador do Bitcoin (BTC).

Vamos a alguns exemplos de como o Consenso Nakamoto, que define as regras básicas do protocolo, incentiva e desincentiva determinados comportamentos.

Investimento na mineração

Um dos participantes mais importantes da rede Bitcoin são os mineradores, que direcionam poder computacional e eletricidade para encontrar novos blocos contendo transações através do algoritmo de Prova de Trabalho (PoW).

Um minerador que deseja atrapalhar a rede, precisará de pelo menos 51% do hash power, ou seja, mais de metade do poder computacional direcionado para o protocolo.

Leia mais:

  • O que é um ataque de 51%? (em breve)

Atualmente, mineração de Bitcoin se tornou uma verdadeira indústria, com dezenas de empresas de capital aberto ao redor do mundo dedicadas à atividade. Estima-se que mais eletricidade seja direcionada para o Bitcoin atualmente do que todo o consumo energético da Argentina.

Alguém que deseje atrapalhar a rede, precisará gastar dezenas de bilhões de dólares em Asics –computadores criados especificamente para a mineração–, bem como recursos absurdos em eletricidade, para apenas atrapalhar momentaneamente o protocolo.

É importante destacar que a escassez do mercado impede que mesmo alguém com tanto dinheiro disponível, como grandes governos, ataquem o Bitcoin, visto que simplesmente não há tantos equipamentos ou eletricidade excedente disponíveis para a venda.

No sentido oposto, quem acumular para si tanto poder computacional, certamente possuirá muitos incentivos econômicos para agir honestamente para receber as recompensas da mineração, que pode ser uma atividade muito lucrativa.

Seguindo as regras do jogo

Bloco Gênesis - Bitcoin (BTC)

Quando um minerador encontra um novo bloco, ele sinaliza isto para o restante da rede e inclui novas transações em seu bloco subsequente, que conterá endereço de transação que é conhecido como coinbase.

A recompensa atual dada para quem encontra um bloco é de 6,25 btc, que seguirá até o próximo halving, quando a recompensa cairá pela metade. Imagine, por exemplo, se um minerador “espertinho” deseje receber mais satoshis do que lhe é devido segundo as regras do protocolo. Esse bloco será simplesmente rejeitado pela rede por não seguir as regras, e este minerador perderá a sua recompensa.

  • Leia mais: Como funciona a emissão dos bitcoins? (em breve)

Dessa forma, e de dezenas de outras maneiras, Satoshi Nakamoto projetou o Bitcoin para ser protegido por uma rede voluntária contra ataques e fraudes, no que é hoje a maior rede monetária descentralizada do mundo, com mais de 100 milhões de usuários ao redor do planeta, e que vem funcionando ininterruptamente há mais de 13 anos, bloco a bloco.

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