Ethereum alcança US$ 4 mil, mas Vitalik alerta para possível queda de 90%

O Ethereum (ETH) voltou a alcançar a marca de US$ 4.000 nesta sexta-feira (8), atingindo seu valor mais alto desde dezembro de 2024. O movimento acompanha a valorização do Bitcoin, mas também é impulsionado por compras institucionais, especialmente por parte de empresas e fundos de investimento.
Apesar da recuperação, a criptomoeda ainda está distante de seu recorde histórico de US$ 4.900 registrado em 2021. A região dos US$ 4.000, inclusive, representa uma resistência significativa, tendo sido testada sem sucesso três vezes ao longo de 2024. Segundo analistas, romper essa barreira seria essencial para manter o sentimento positivo no mercado e abrir caminho para uma nova máxima histórica.
Apesar do otimismo do mercado, Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, expressou preocupações em entrevista ao canal Bankless. Ele reconhece que a presença de empresas com ETH em seus balanços pode ser positiva, tanto para a valorização do ativo quanto para a diversificação de acesso por parte dos investidores.
“O aspecto social de se coordenar em torno do ETH sendo apenas um ativo que empresas podem ter como parte de seu tesouro é bom e valioso”, afirmou. “Fornecer diferentes veículos para que as pessoas tenham acesso ao ETH é, na minha opinião, uma das razões pelas quais as pessoas estão comprando ações de empresas com tesouraria em ETH em vez de apenas segurar ETH diretamente, o que também é algo positivo.”
No entanto, Buterin faz um alerta: o uso excessivo de estratégias alavancadas por essas empresas pode representar um grande risco para a estabilidade do mercado. Segundo ele, uma queda acentuada de preço poderia desencadear uma cascata de liquidações forçadas, com efeitos devastadores.
“Se me acordassem daqui a três anos dizendo que as empresas de tesouraria levaram à queda do ETH, minha suposição seria que eles se transformaram em um jogo super-alavancado e, em algum momento, uma queda de 30% levou a liquidações forçadas, que causaram uma queda de 50%, depois 70% e 90%, o que acabou sendo agravado por uma perda de credibilidade.”
Apesar do cenário preocupante que traça como possibilidade, Buterin pondera que não vê nessas empresas o mesmo comportamento imprudente observado em figuras como Do Kwon, fundador da extinta Terra (LUNA). Ainda assim, o desenvolvedor reforça a importância da cautela no uso de alavancagem financeira.