Investigado em esquema do INSS tenta converter R$ 59 milhões em criptomoedas, mas banco bloqueia
Um empresário alvo da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes no INSS por descontos indevidos em benefícios, tentou transferir R$ 59 milhões para criptomoedas cerca de duas semanas após a deflagração da operação pela Polícia Federal. A movimentação foi bloqueada pelo banco, que comunicou as autoridades competentes.
Em 8 de maio de 2025, o investigado solicitou que 40% de suas aplicações, avaliadas em R$ 148 milhões, fossem convertidas em criptoativos. Contudo, o banco considerou a transação atípica, já que ele não apresentava histórico nesse tipo de investimento, e impediu toda a movimentação.
Além disso, ele tentou estabelecer que repasses mensais feitos por um advogado investigado fossem direcionados para uma conta no exterior, alegando que se tratavam de pagamentos pela venda de imóvel nos EUA. Contudo, não apresentou documentação que confirmasse essa operação, o que motivou rejeição pela instituição financeira.
O relatório enviado ao Coaf classificou as tentativas como possíveis indícios de evasão de divisas e de mascaramento da origem e destino dos recursos. O banco considerou que algumas solicitações visavam “abrir contas em nome de terceiros” para viabilizar a operação, o que também foi recusado.
O caso reforça preocupações de que grupos envolvidos nas fraudes do INSS estejam empregando criptomoedas para ocultar patrimônio. De fato, autoridades já identificam indícios de que organizações criminosas investigadas estariam usando criptoativos para esse fim.