“Ouro vive momento de bolha, bancos centrais devem vender”, afirma ex-economista do Banco da Inglaterra
Willem Buiter, ex-membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, alertou que o mercado de ouro em 2025 exibe sinais claros de bolha e sugeriu que bancos centrais aproveitem o pico atual para alienar parte de suas reservas. Em artigo especial ao Financial Times, ele questionou o fundamento da valorização, comparando o metal a um “ativo de fé”.
Segundo Buiter, a maior parte da demanda por ouro decorre de especulação mais do que de uso industrial ou joalheiro: “o verdadeiro valor é praticamente inexistente.” Ele argumentou que manter reservas elevadas nessas condições revela uma estratégia arriscada.
Enquanto isso, o ouro registra novas máximas. Segundo dados da Investing.com, o metal chegou a US$ 4.074,42 por onça troy nesta segunda-feira, com os futuros alcançando US$ 4.093,20. As negociações refletem forte procura por ativos de refúgio em meio a tensões entre EUA e China e incertezas econômicas.
O rally também é alimentado por aportes recordes em ETFs lastreados em ouro. Conforme relatório da ETF Stream, os investidores aplicaram cerca de US$ 26 bilhões em produtos deste tipo apenas no terceiro trimestre, impulsionando as reservas em papel físico apoiado pelo mercado.
Contudo, a cautela é recomendada. Mesmo com análises técnicas indicando viés de alta, o momento elevado historicamente tende a aumentar a probabilidade de correções abruptas. Especialistas lembram que uma eventual liquidação pelas autoridades monetárias poderia provocar quedas expressivas.







