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Stablecoins avançam como dinheiro, destaca Roberto Campos Neto

O ex-presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participou da Digital Assets Conference Brazil 2025 e compartilhou sua visão sobre o mercado de criptomoedas e a evolução dos meios de pagamento. Ele voltou a criticar a forma como governos lidam com suas moedas, destacando os altos níveis de endividamento global.

Ao comentar sobre sua passagem recente por Washington, D.C., Campos Neto observou que os Estados Unidos sempre foram referência em regulamentação, mas que no governo anterior essa postura afastou os bancos do setor de criptomoedas. 

“Isso foi revertido em parte. A gente ainda precisa ver porque depois do Genius Act a gente ainda precisa ter uma lei de infraestrutura, que deve sair em breve”, afirmou.

Campos Neto apontou que os ativos digitais estão assumindo funções antes desempenhadas pelo dinheiro físico. 

“Tem várias funções onde as pessoas só utilizavam o dinheiro e agora a gente começa a ter uma substituição por ativos digitais”, disse, mencionando remessas internacionais e operações de garantia.

Ele acrescentou que “a melhor coisa para você combater esse processo [de diminuição de crédito em bancos] é fazer exatamente o contrário do que os bancos centrais têm feito nos últimos anos, que é tentar expelir o mundo de ativos digitais do sistema tradicional. Acho que tem que fazer o contrário, tem que trazer o DeFi space para o mundo de banco tradicional”.

Sobre stablecoins, Campos Neto destacou que ainda há falta de clareza sobre os ativos que servem como lastro, mas acredita que maior transparência pode levar a uma adoção em escala. Segundo ele, o uso desses instrumentos cresce especialmente em países emergentes, funcionando mais como proteção e investimento do que como moeda transacional.

O ex-presidente do Banco Central também reconheceu equívocos em previsões passadas sobre tokenização de ativos. 

“Em 2020 eu achava que hoje, 2025, a gente ia ter um nível de tokenização de ativos muito mais alto do que a gente tem”, comentou. 

Mesmo assim, avalia que o setor deve acelerar com novas regulamentações, melhor infraestrutura e custos menores de processamento.

Por fim, reforçou que o caminho mais promissor está nas stablecoins. 

“Eu entendo que esses stablecoins vão entrar em um ambiente de competição e a próxima disrupção vai ser como fazer um ‘second layer solution’ onde você consiga navegar com todos os stablecoins de tal forma que de fato eles possam ter a função transacionalidade e não a função reserva de valor”, concluiu Campos Neto.

Assista a conversa completa no link abaixo.

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