Venezuelanos recorrem as criptomoedas para comprar dólar

A crise econômica na Venezuela tem impulsionado a adoção de stablecoins e criptomoedas como alternativa ao dólar físico, cada vez mais escasso no país devido às sanções dos Estados Unidos e à queda na exportação de petróleo.
Sem acesso regular a moedas estrangeiras, tanto empresas quanto cidadãos têm recorrido ao mercado cripto para manter suas atividades econômicas.
Segundo a Reuters, até mesmo o governo de Nicolás Maduro tem flexibilizado o uso dessas ferramentas financeiras. Empresas que precisam importar insumos recorrem ao câmbio entre bolívares e stablecoins, especialmente USDT, já que a oferta de dólares tradicionais é insuficiente.
“Quando uma porta se fecha, outras se abrem”, afirmou um empresário local do setor de criptomoedas, destacando que os ativos digitais têm garantido a continuidade de parte da economia.
A estatal PDVSA também intensificou suas operações com stablecoins desde 2024, em um esforço para contornar restrições internacionais. Bancos venezuelanos passaram a intermediar trocas de bolívares por USDT, embora exijam que as empresas registrem previamente os endereços de suas carteiras, levantando dúvidas sobre como essas informações são utilizadas nos sistemas de compliance.
Enquanto o governo atribui a situação a uma “guerra econômica”, especialistas apontam que as criptomoedas vêm se consolidando como uma via paralela de acesso ao comércio global em meio ao isolamento financeiro do país.