“Não queremos guerra”, diz Maduro após Trump autorizar operações da CIA na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (15) que “a América Latina e o Caribe não querem uma guerra”, em resposta à confirmação de que o presidente norte-americano Donald Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas no país. 

Durante um evento transmitido pela TV estatal, Maduro defendeu o respeito à soberania venezuelana e criticou “discursos violentos, ameaças militares e o uso da força contra o país”.

Em um apelo feito também em inglês, o líder venezuelano pediu moderação ao governo dos Estados Unidos. 

“Not war, yes peace, not war. The people of the United States, please. Please, please, please”, declarou, reforçando que seu governo busca estabilidade e diálogo regional.

Do outro lado, Trump confirmou publicamente que permitiu as ações da agência de inteligência norte-americana. Segundo ele, a decisão se baseia em dois motivos principais: o aumento do tráfico de drogas e a suposta liberação de presos venezuelanos em direção aos Estados Unidos. 

“Eu autorizei por duas razões. Primeiro, porque eles esvaziaram suas prisões para dentro dos Estados Unidos da América. E, segundo, porque há muitas drogas vindo da Venezuela, principalmente pelo mar”.

Trump também comentou sobre as negociações entre os dois países e disse que Maduro “ofereceu tudo porque ele não quer mexer com os Estados Unidos”. A fala faz referência a informações divulgadas pelo New York Times segundo as quais autoridades venezuelanas teriam proposto a Washington acesso preferencial a petróleo e outros recursos naturais em troca da redução das tensões.

Após as declarações, o governo venezuelano apresentou uma queixa formal à Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo que o Conselho de Segurança classifique as operações e ataques norte-americanos no Caribe como ilegais. De acordo com Caracas, ao menos 27 pessoas teriam morrido em decorrência das ações.