Investidor que previu crise de 2008 reaparece e alerta para bolhas nos mercados
Michael Burry, o investidor imortalizado no filme A Grande Aposta (2015) por antecipar a crise financeira de 2008, reapareceu nas redes sociais nesta quinta-feira (30), encerrando um período de dois anos de silêncio. Em sua publicação, Burry afirmou categoricamente que o mercado está vivendo uma nova bolha. A declaração, que atraiu milhões de visualizações, reacende o debate sobre a supervalorização de ativos globais.
O investidor, conhecido por obter mais de US$ 700 milhões ao prever o colapso do mercado subprime, não detalhou o setor específico que estaria inflacionado. Contudo, o contexto atual aponta para diversos mercados com forte crescimento. Um exemplo é o ouro, tradicionalmente um ativo de refúgio, que registrou uma valorização significativa de 53% em 2025.
No mercado de ações, o setor de Inteligência Artificial (IA) tem sido o principal motor de valorização. Empresas ligadas à IA operam em forte alta, com destaque para a Nvidia, que, nesta semana, alcançou a marca histórica de US$ 5 trilhões em valor de mercado, impulsionada pelo boom tecnológico.
Diferentemente de 2021, quando Michael Burry havia criticado o Bitcoin publicamente e sinalizado interesse em operar vendido contra a criptomoeda, o mercado de criptoativos parece estar fora de seu foco desta vez. O Bitcoin, que subiu apenas 17,8% no ano, apresenta um desempenho modesto em comparação com seu histórico e com outros ativos.
Apesar do alerta sobre a bolha, Burry sugeriu que não planeja operar vendido, como fez em 2008. A citação que acompanhou sua afirmação foi:
“Às vezes, vemos bolhas. Às vezes, há algo a fazer sobre isso. Às vezes, a única jogada vencedora é não jogar.”
A frase, que remete ao clássico do cinema Jogos de Guerra (1983), onde a única maneira de evitar uma guerra nuclear é não iniciar o jogo, pode indicar que Burry vê o risco atual como algo que transcende uma aposta de mercado tradicional, possivelmente refletindo preocupações com a crescente guerra comercial e geopolítica entre potências mundiais, como Estados Unidos e China.
