El Salvador condena membros de gangues a mais de 1000 anos de prisão

A Justiça de El Salvador aplicou penas que somam séculos de prisão a integrantes da gangue Mara Salvatrucha, conhecida como MS-13, em uma das decisões mais severas desde o início da ofensiva contra o crime organizado conduzida pelo presidente Nayib Bukele.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, 248 membros da MS-13 foram condenados por envolvimento em 42 homicídios, 42 desaparecimentos e outros crimes graves. As autoridades classificaram as sentenças como “exemplares”.
Entre os condenados, Marvin Abel Hernández Palacios recebeu uma pena de 1.335 anos de prisão. Outros dez integrantes da organização criminosa foram sentenciados a penas que variam entre 463 e 958 anos. De acordo com os promotores, os crimes ocorreram entre 2014 e 2022.
Desde março de 2022, El Salvador vive sob um regime de exceção que autoriza prisões sem mandado judicial e amplia o período de detenção preventiva. Dados oficiais indicam que mais de 90 mil pessoas foram detidas nesse período, das quais cerca de 8 mil acabaram liberadas após a verificação de que não possuíam vínculos com organizações criminosas.
O governo atribui à política de segurança a queda histórica nos índices de homicídio. Por outro lado, organizações de direitos humanos afirmam que o padrão tem resultado em prisões arbitrárias, abusos e limitações ao direito de defesa. O governo rejeita as acusações e sustenta que as medidas são necessárias para desmontar estruturas criminosas profundamente enraizadas no país.







