A moeda do governo da Argentina, o peso argentino, acumula cerca de 99,4% de perda em relação ao dólar americano em 20 anos. Este fenômeno de desvalorização da moeda vem provocando uma das maiores inflações do mundo.
A moeda argentina vem experimentando uma ampla desvalorização desde o início do século XXI, movimento que se acentuou por volta de 2008.
Em meados de 2012, o peso argentino era cotado a cerca de 0,22 centavos de dólar, paridade semelhante ao atual valor do real brasileiro frente à moeda dos Estados Unidos. Após 10 anos, o peso é cotado a 0,0077 centavos de dólar, uma perda de cerca de 97%.
Uma alternativa para os argentinos
Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, a maior detentora corporativa de bitcoin do mundo, destacou a desvalorização da moeda argentina:
“Hoje o preço do dólar azul subiu para 288 ARS por USD. O peso argentino perdeu 99,4% de seu poder de compra em relação ao dólar americano em 20 anos. Bitcoin é a esperança para a Argentina”.
Apesar da ainda alta volatilidade e histórico de apenas 13 anos, o bitcoin já pode ser uma alternativa viável para muitas moedas fiduciárias em colapso atualmente.
Com uma oferta fixa limitada a 21 milhões de moedas, o bitcoin não pode ser inflado e desvalorizado propositalmente para beneficiar um governo inconsequente.
Como destacamos recentemente, o governo da Argentina está proibindo investidores de bitcoin e criptoativos de comprar dólares americanos, como forma para impedir a desvalorização do peso.
A medida, no entanto, poderá ter efeito contrário desejado, visto que incentivará ainda mais pessoas a buscar por uma alternativa para a “moeda podre” argentina.
O Brasil segue o mesmo caminho?
Apesar do Plano Real ter dado fim à hiperinflação no país, a moeda brasileira e praticamente todas as moedas fiduciárias do mundo, incluindo o dólar americano, não são boas para preservar valor a longo prazo.
Isto ocorre pois, apesar do alto nível de aceitação e liquidez das moedas dos governos, elas são constantemente desvalorizadas através do aumento da base monetária para que o estado possa arcar com os seus custos.
Dessa forma, o governo transfere riqueza daqueles que utilizam as moedas para o seu próprio benefício.