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Tokenização de ativos: entenda o que é e os casos de uso

Descubra o que é a tokenização de ativos, uma tendência no mercado financeiro com o objetivo de trazer descentralização, transparência e segurança através da tecnologia blockchain.

O mercado de tokenização está transformando a maneira com que determinadas atividades e transações são realizadas. 

Potencialmente, a tokenização tem o potencial para transformar toda a economia global, visto que não existe limite para o que pode ser tokenizado: ações, imóveis, títulos financeiros, obras de arte, patentes, ações. Tudo pode ser registrado e negociado em uma rede blockchain.

O que é tokenização de ativos?

A tokenização de um ativo consiste no processo de transformar ativos digitais ou físicos em um criptoativo armazenado em uma blockchain. É possível, por exemplo, negociar tokens de ouro em uma rede blockchain, assim como demais ativos do sistema financeiro tradicional. 

O conceito de blockchain surgiu com o Bitcoin. Resumidamente, a tecnologia pode ser definida como um banco de dados descentralizado, transparente e imutável. 

Através de uma rede voluntária de mineradores, operadores de nós e de um mercado de valores estruturado, os participantes da rede criam incentivos para o funcionamento seguro desses protocolos.

A primeira rede blockchain do mundo foi o Bitcoin, desenvolvido pelo anônimo Satoshi Nakamoto. A primeira aplicação para a blockchain foi a criação de uma rede monetária descentralizada, que executa uma moeda forte e escassa, o bitcoin.

Não demorou muito para que novas aplicações fossem adicionadas às redes blockchain. Um caso de uso que vem se destacando desde a criação do Bitcoin é a tokenização de ativos.

Um dos primeiros exemplos de ativos tokenizados que se tem registro foi o Dólar Tether (USDT), que na época era conhecido como Real Coin, e hoje é a maior stablecoin do mercado, com uma capitalização de mais de 60 bilhões de dólares. 

Para emitir o USDT, que é pareado com o dólar americano, a instituição que emite o token tem reservas que garantem o valor do ativo.

Uma stablecoin é um criptoativo lastreado em moedas fiduciárias, como o dólar, real ou euro. Este é atualmente um dos maiores nichos do mercado de criptoativos, com uma capitalização que supera hoje os 160 bilhões de dólares.

É importante destacar que as emissoras de tokens atuam na prática como instituições financeiras centralizadas. Essas empresas de tokenização utilizam a tecnologia blockchain como uma ferramenta, que possibilita uma série de vantagens para o setor financeiro e para mercados relacionados.

Mas afinal, por que tokenizar ativos em blockchain?

Vantagens da tokenização

A tokenização de ativos possui uma série de benefícios para os emissores de tokens, para os investidores e para os mercado que são afetados pela tecnologia.

Liquidez global

A tokenização de um ativo permite que ele seja enviado de pessoa para pessoa em uma rede blockchain, sem necessitar de um intermediário de confiança, como um banco ou bolsa de valores.

Isso permite que esses ativos sejam negociados nos mais diversos mercados ao redor do mundo, em muitas exchanges, centralizadas ou descentralizadas, ou mesmo em vendedores P2P.

Esta mudança de paradigma traz maior liquidez para os ativos tokenizados, visto que amplia as possibilidade de negociação. Além disso, os investidores não estão mais limitados à negociação em horário comercial, conhecido como pregão.

Essa abertura para os mercados globais permite que muitos indivíduos e instituições se exponham ao preço de ativos financeiros de qualquer parte do mundo, independente de jurisdição ou lei local.

As empresas também se beneficiam ao expor o capital da empresa para investimentos de todo o mundo.

Segurança e transparência

Em redes blockchain, como o Bitcoin ou o Ethereum, os tokens são registrados de maneira transparente e auditável. De forma geral, qualquer pessoa pode verificar cada transação já feita nessas redes.

Este processo dá muito mais transparência para as partes envolvidas, recurso que é muito importante nos mercados financeiros.

A rastreabilidade e a transparência não só garantem a confiabilidade de um ativo perante o mercado, mas também coíbem a inconformidade com órgãos regulatórios através da ocultação de transações. A imutabilidade e transparência da blockchain coloca todas as negociações às claras. 

No entanto, tokens também podem ser negociados em sidechains, que proporcionam um maior grau de privacidade. Mais adiante, explicaremos como tokens podem ser negociados na Lighting Network (LN), uma rede de segunda camada do Bitcoin.

Redução de custos

Redes blockchain, apesar de serem soluções custosas, podem ser uma alternativa mais eficiente e menos custosa para a emissão e negociação de ativos financeiros.

Para permitir o funcionamento dos mercados financeiros, as bolsas de valores possuem as suas próprias operações e sistemas para a negociação entre os investidores. Estes sistemas possuem alto custo de gerenciamento e de transação.

O uso de redes blockchain, especialmente sidechains, tem o potencial de reduzir custos. Redes como a LN ou a Liquid tem o potencial para permitir a negociação rápida e de baixo custo desses tokens.

No entanto, redes como o Bitcoin e o Ethereum podem ser inviáveis para este tipo de operação, visto o tamanho limitado dos blocos, bem como o alto custo para as transações.

Casos de uso da tokenização

A tokenização de ativos possui uma série de casos de uso, visto que a sua utilização pode impactar todos os setores e mercados ao redor do mundo.

Um grande caso de sucesso deste mercado é a tokenização de ouro. A baixa liquidez que o ouro físico possui, por causa de todas as suas limitações de custódia e divisibilidade existentes, é resolvida através da tokenização.

Atualmente, o PAXG, token lastreado em ouro emitido pela Paxos, possui uma capitalização de mercado superior a 500 milhões de dólares.

Atualmente, o maior caso de sucesso do mercado de tokenização são as stablecoins. É possível afirmar que, depois do Bitcoin, as moedas lastreadas em moedas fiduciárias são o setor mais importante da indústria de criptoativos.

As stablecoins permitem que qualquer indivíduo com acesso a internet se exponha ao preço do dólar americano, do euro ou de outras moedas. Para indivíduos que vivem em países com moeda fraca, como Argentina e Venezuela, as stablecoins são uma grande oportunidade.

Para muitos indivíduos ou empresas, não é cômodo ficar exposto à alta volatilidade do preço do bitcoin.

A tokenização é também uma ótima forma para empresas emitirem valores mobiliários. Imagine, por exemplo, que uma empresa queira emitir títulos de dívida ou ações atualmente. Este processo deve ser feito sob supervisão de comissões de valores mobiliários. No Brasil, a CVM é responsável por supervisionar o mercado financeiro.

Este processo pode ser muito burocrático, caro e demorado. Através de uma rede blockchain, qualquer empresa de qualquer porte pode emitir tokens de forma simples, rápida e segura.

Este movimento também traz vantagens para os investidores, que poderão se expor a startups e empresas de qualquer país do mundo muito facilmente.

No entanto, é importante destacar que as empresas de valores mobiliários possuem um papel importante para coibir e punir crimes financeiros, que costumam ser muito comuns. Por isso, não é recomendado de forma alguma comprar títulos de empresas não regulamentadas por jurisdições específicas.

Taro: a tokenização através de Bitcoin e Lightning

Em novembro de 2021, a última grande atualização do Bitcoin Core, o Taproot, abriu as portas para uma gama de possibilidades que levam a rede do Bitcoin para um novo patamar. Dentre as inovações baseadas no Taproot estão o Taro, protocolo através do qual a transferência de ativos tokenizados via Lightning Network, com alto volume e baixas taxas é possível. 

O Taro une a estabilidade e segurança da rede Bitcoin, com a escalabilidade proporcionada pela Lighting Network. Essa integração permitirá a negociação com alto volume e baixo custo de transação para esses ativos tokenizados.

A implementação espera que esses ativos tokenizados, sejam moedas fiduciárias ou commodities, atrairão usuários que vão agregar à rede LN volume e liquidez. A implementação do Taro vai inaugurar uma era stablecoins e outros ativos sendo negociados na rede Bitcoin.

Como destacado pelo especialista em LN, Diogo Kolling, o Taro tem o potencial de permitir que toda a economia mundial seja tokenizada dentro da rede Bitcoin. Isso tornaria a rede BTC uma camada universal para troca de valores na internet.

Por que tokenizar ativos na Lightning?

A principal vantagem para a tokenização de ativos na LN é certamente a escalabilidade oferecida pelo protocolo. Enquanto redes como o Bitcoin podem ter altos custos de transação, a LN resolve o problema de escalabilidade da rede blockchain.

Potencialmente, negociar BTC, ações, títulos de empresas e demais ativos será tão simples quanto realizar um Pix. Em poucos cliques, uma transação de baixíssimo custo é realizada, mudando a forma como valores são negociados na internet.

O uso amplo da LN tem também o potencial de tornar o Bitcoin uma rede mais madura e útil para a humanidade, algo que deve interferir potencialmente no preço do criptoativo.

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