O Banco Central Europeu está sem saída
O Banco Central Europeu e os países que compõem a Zona do Euro estão encurralados em um espiral de inflação e dívidas, que desta vez não pode ser controlada através de uma simples elevação de juros.
A Zona do Euro está enfrentando a maior inflação já registrada na história do bloco econômico. A inflação acumulada ano a ano atingiu 9,1% em agosto, sendo puxada pelo aumento nos custos da energia e dos alimentos.
Uma das ferramentas dos bancos centrais para conter a inflação é provocar um aumento na taxa básica de juros, pagando um maior rendimento pelos títulos públicos. Por ser considerado por parte do mercado como o investimento de renda fixa mais seguro, este movimento provoca o aumento do juros dos demais títulos do mercado.
Os títulos públicos são considerados o investimento mais seguro pois, em última análise, o governo pode imprimir dinheiro para pagar a dívida, algo que nenhuma instituição privada pode fazer.
Governos hiper-endividados
Apesar de conter a inflação momentaneamente, visto que as pessoas vão poupar mais ao invés de consumir, este movimento também pode impactar negativamente o governo, que terá que pagar mais pelos seus títulos.
Em última análise, estados hiper-endividados podem não conseguir sequer arcar com as próprias despesas, caso o juros da sua dívida se torne muito oneroso. Isto é o que está acontecendo, por exemplo, em países como Estados Unidos, Japão e alguns países da União Europeia.
Com uma dívida superior a US$ 30 trilhões, caso o governo dos Estados Unidos aumente a taxa de juros para 10%, o estado terá que arcar com cerca de US$ 3 trilhões em juros anualmente, valor superior a toda arrecadação federal.
Dentro do bloco europeu, a situação é ainda mais delicada, visto que existem diferentes países com diferentes situações fiscais vivendo sob o mesmo regime de um único banco central. Um aumento suficiente da taxa de juros poderia tornar insolvente uma série de países, como Portugal e Grécia.
O único caminho sustentável que os governos nacionais saíam da sua situação fiscal calamitosa, é caso eles reduzam os seus gastos e honrem com suas dívidas.
Bitcoin no cenário global
Este cenário de hiper-endividamento dos estados pode, em última análise, hiperinflacionar as moedas fiduciárias, processo que se acelerou em 2020.
O bitcoin e ativos escassos podem ser os únicos ativos capazes de preservar riqueza neste cenário de destruição das moedas estatais, visto que boa parte da economia global está atrelada ao mundo fiduciário, como títulos de empresas e de governos.
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