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Cidades do Bitcoin – um fenômeno para o futuro

O anúncio da criação da Bitcoin City em El Salvador pode ser considerado o marco de um fenômeno que deve se tornar cada vez mais comum nos próximos anos: o surgimento de cidades, vilas e cidadelas, ou mesmo estados soberanos e independentes voltados para o BTC.

Este é um fenômeno bem conhecido e documentado na história do ouro, que foi capaz não somente de permitir a criação de centros em torno de minas para a extração do metal precioso, mas também de mover milhões de pessoas em sua busca. 

A corrida do ouro, que levou centenas de milhares de pessoas a marcharem para o oeste dos Estados Unidos é um exemplo claro deste fenômeno, bem como a exploração do metal precioso nas jazidas brasileiras pelos colonos. O ouro vindo das Américas foi capaz de enriquecer parte da Europa, ao passo que inflacionou a oferta monetária em todo o mundo, desvalorizando o metal durante um período de tempo.

Cidades do Bitcoin

Semelhante ao ouro, o bitcoin também tem a capacidade de levar muitas pessoas para terras distantes, permitindo a criação de centros cuja economia gira em torno da criptomoeda. A mineração de Bitcoin terá um papel fundamental nessa empreitada.

A mineração, que surge através do algoritmo de Prova de Trabalho, onde mineradores competem entre si para encontrar a resolução do bloco subsequente, faz com que esta seja uma atividade altamente competitiva.

Minerar em centros urbanos onde existe uma alta demanda por energia é algo inviável para grandes operações de mineração, afastando boa parte dos mineradores desses locais.

Ter energia barata é algo crucial para uma operação lucrativa de mineração. Isso favorece mineradores que buscam fontes de energia fora dos centros urbanos, como em barragens que permitem extração de energia hidroelétrica, ou em locais com abundância de energia geotérmica, como El Salvador.

Esse excedente de energia não poderia ser destinado a outras atividade econômicas, como aplicações industriais ou uso doméstico, uma vez que o custo para transferência de energia a longas distâncias é muito alto. Dessa maneira, é natural vermos mineradores de Bitcoin se alocando ao lado desses locais de produção de energia.

Alguns locais que também podem atrair os mineradores são lugares para extração de gás e petróleo, visto a possibilidade em transformar em energia os dejetos que seriam queimados na atmosfera, um fenômeno que já começa a ser observado em algumas petroleiras.

Locais frios, propícios para a atividade, uma vez que reduzem a zero o custo para o resfriamento dos equipamentos especializados para a mineração, também devem atrair mineradores se possuírem energia barata.

Este é um fenômeno que veremos durante a próxima década, e que deve durar ao longo dos séculos enquanto o Bitcoin for relevante para a economia mundial.

João Souza

Chefe de conteúdo, analista de SEO e empreendedor. [email protected]

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